Já pediu algo para Deus e parece que ele ficou em silêncio? É uma experiência angustiante, não é mesmo? Pois com Jesus não foi diferente. Ele fez um pedido de todo o coração ao Pai, repetiu o mesmo três vezes e só obteve o silêncio Divino. Isso ocorreu no Gestsêmani. O gestsêmani era o local onde havia uma prensa (uma grande roda de pedra que moía as azeitonas, para que elas vertessem o óleo, o azeite), cercado por um olival, o qual terminou dando o nome aquela localidade de Monte das Oliveiras. Tal monte era uma cadeia de colinas das quais as mais altas situava-se a 900m acima do nível do mar.
O Monte das Oliveiras ficava a leste de Jerusalém, separada dela pelo Vale de Cedrom.
O silêncio do Pai aconteceu na ultima noite de liberdade de Jesus. Nas próximas 24h o Mestre seria preso, dilacerado e morto. É nesse episódio da vida de Jesus percebemos que o Senhor não era uma “aparição”, mas sim alguém que tinha carne. No Gestsêmani vemos a humanidade de Jesus manifesta não só na sua angústia, mas também nos dois pedidos que fez aos discípulos (pediu a companhia e a intercessão deles) No Gestsêmani notamos a humanidade de Jesus pela prensa emocional que passou e enfrentou.
A riqueza da Bíblia mostra que os destinos da humanidade foram selados em dois Jardins: A morte no jardim do Éden e a vida no Jardim do Gestsêmani.
E isso porque Adão não quis beber o cálice da obediência, mas Jesus o bebeu até o fim (Rm 5). A figura do cálice aqui está associada à ideia de uma “Injeção letal”, tomar o cálice do mundo antigo era não só padecer, mas experimentar um sofrimento tal que resultaria na morte.
Sócrates foi obrigado a tomar o cálice com veneno (cicuta) para que recebesse sua condenação. E Jesus estava tomando cálice da obediência que continha o veneno da humanidade, isto é, todo pecado cometido da história. E Ele fez isso movido por amor e por livre vontade.
LIÇÕES DO GESTSÊMANI
1 - Jesus nos ensina que devemos orar e vigiar o tempo todo. Orar e vigiar impede-nos de cair em tentação e evita também que deixemos de notar a chegada do fim (Mt 24:42). Por vezes nos comportamos como os discípulos: Fizemos tanta coisa no dia que quando anoitece e chegamos ao nosso jardim (nossa casa) não conseguimos nem orar. Só fazemos dormir.
2 – Precisamos aprender também que nem todo pedido nosso vai resultar em atendimento imediato, como nossa geração do controle remoto gosta tanto de ter, nem tampouco em algo próspero (como muitas Igrejas pregam por ai).
3 – Jesus nos exemplifica que nas horas de angústia, é também a hora de ficar com os discípulos. Temos de ter companhia de discípulos de Jesus nos momentos da vida em que somos prensados pelas circunstâncias adversas. O Senhor se manteve a uma pequena distância dos apóstolos. Jesus também se mostra um Deus que se recusa a ficar longe de nós, mas que anseia por proximidade.
Na hora do aperto, quem estar perto de você? Quem você convida para entrar no “Jardim Espiritual” contigo? Pense nisso! Quando somos prensados devemos recorrer a única coisa que cabe-nos fazer no nosso Gestsêmani: Orar! Se você estiver sendo prensado, ore, se derrame diante de Deus, mas se sujeite à vontade soberana DEle.
Saiba também que todas as prensas pelas quais passamos Deus usa para nosso bem (Rm 8:28). Há coisas que não entendemos agora, porém a compreenderemos depois. Foi assim com Jesus, por que não seria assim conosco?
Creia! Deus nos dará vitória.
Pr. Sergio Dusilek (OJB)
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