9 de fevereiro de 2012

CONEXÃO

O bem mais precioso de qualquer ser humano é a capacidade de se relacionar com pessoas e com o mundo que o rodeiam de uma forma geral. Temos até a ousadia, quase que insana, de conversar com plantas, animais e objetos. Principalmente, quando nos sentimos solitários. 

Uma bola, por exemplo, foi a companhia de um homem isolado do mundo, em uma ilha desconhecida. O pequeno objeto tinha tratamento pessoal e importante, pois até um nome o seu amigo “Homem” lhe deu: Sr. Wilson. Tenho certeza que você deve lembrar-se bem desse filme Hollywoodiano “O Náufrago”. 

Muitas vezes, nos sentimos assim, em uma grande ilha. Porém, esta ilha está repleta de pessoas e, ainda assim, não conseguimos nos “conectar” a nenhuma delas. Pense em sua comunidade Cristã agora! Imagine centenas de pessoas que você vê com freqüência. Talvez, os domingos sejam os dias mais freqüentados, não importa. Tente lembrar qual foi a última vez que você, realmente, se “conectou” a alguém.

Durante todo este ano, procure lembrar-se da última vez em que você liberou algo de bom, algo que saiu de você para o coração de outra pessoa que precisava. Alguém que necessitava de ajuda interior e que só poderia acontecer com o auxílio de suas palavras solidárias. Seu gesto amoroso seria capaz de transbordar alegria no coração desta pessoa. 

Você foi capaz de fazer isso? Lá se vai mais um mês sem que nenhum destes gestos conseguisse romper essas barreiras, quase que intransponíveis, da indiferença, da frieza e, sobretudo, da falta de amor e de comprometimento. 

Irmãos os momentos finais da agonia de Jesus podemos classificar como um terror real. O flagelo, a via dolorosa, os chicotes rasgando sua carne, os cravos perfurando seu corpo e pendurado sobre o madeiro até a morte. Isso lembra cenários de filmes de terror. Precisamos ter a consciência de que Jesus sofreu barbaridades, uma crueldade sem limites. 

Mas Jesus sofreu sim. E muito, por todos nós. O que nos choca foi a maneira como os discípulos reagiram à prisão de Jesus. Alguns homens que conviveram tanto tempo com o Salvador do mundo, também o rejeitaram e o negaram diante dos homens. 

E também nos chama a atenção os gestos de Judas e Pedro, a partir daquele momento, tiveram que conviver com o peso da negação dada ao Mestre e com as feridas que, agora, precisam ser restauradas e curadas. Os discípulos devem ter passado pela solidão até lembrar-se das palavras de Jesus descritas tão claramente no Evangelho de Jo 16:16 e 32b.

“Mais um pouco e Já não me verão mais; e me verão de novo”; “Vocês me deixarão sozinho. Mas eu não estou sozinho, pois meu Pai está comigo”.

Jesus falava de sua morte e ressurreição. Além disso, antes de subir aos céus, Ele precisava deixar o exemplo aos seus discípulos de como tratar e restaurar relacionamentos humanos e de como trazer a cura emocional ao nosso próximo. Assim como fez com Pedro, em particular, e assim como faz a todos nós.

Quero dizer com estas palavras e exemplos que não importa a circunstância ou problemas, somos, também, capazes de manifestar e liberar a cura emocional para aqueles que nos rodeiam. Se somos servidor de Jesus também estamos a serviço do outro e podemos nos conectar ao outro e nos relacionarmos, pois não estamos sozinhos em uma ilha. Temos um alimento constituído de vários nutrientes essenciais capazes de satisfazer e alimentar a alma do outro. 

Tenhamos o desejo ardente de buscar uma real conexão com Deus e com nosso próximo.



C. Carletti. (Parte extraída)
Imagem: Google