16 de dezembro de 2011

O NATAL DO PAPAI NOEL

Não há como fazermos uma análise do espírito natalino sem mencionarmos a figura robusta e afetuosa do Papai Noel. A personagem Papai Noel (No Brasil) ou Pai Natal (Em Portugal) foi inspirado em São Nicolau Taumaturgo, Arcebispo de Mira, no Século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em dificuldades financeiras. Colocava o saco com moedas de ouro a ser ofertado na chaminé das casas. Foi declarado santo depois que muitos milagres lhe foram atribuídos. 

Sua transformação em símbolo natalino aconteceu na Alemanha e daí correu o mundo até chegar ao Brasil. Desde então todos os finais de ano, imaginariamente, ele invade as chaminés, embora eu, particularmente, nunca tenha visto.

Seu casaco vermelho e acolchoado e com barbas postiças contrasta e gera uma sensação de desconforto visto que o clima do nosso país ser de verão o ano inteiro. Que calor! Pasta d’água ajuda a esquentar ainda mais a pele, visto que a cor rosada das bochechas do bom velhinho não é muito natural num país de mestiços. 

Peles tão alvas e claras como a do Sr. Nicolau dificilmente são vistas nas ruas de um país que foi gerado entre a casa Grande e a Senzala, gerando em sua maioria, mulatos e negros. Poderíamos citar inúmeras aberrações culturais como: A neve, os pinheiros inexistentes em nossa vegetação e os trenós puxados por animais jamais vistos por nenhum Brasileiro, nem mesmo nos zoológicos. Até mesmo sua risada: ho-ho-ho, não respeita a fonética da língua portuguesa.

Mas vou parar por aqui nesta análise social, visto o problema ir muito além desta fronteira. Além de uma agressão cultural, de uma desconformidade social com a realidade brasileira, há uma distorção espiritual nas comemorações natalinas dentro de nossas Igrejas, digo isso com pesar que tal distorção só ocorreu por uma omissão didática dos Evangélicos ao longo dos anos. 

Fomos omissos e falhos também na propagação do presépio, iniciativa do sábio e bondoso Francisco de Assis. No presépio, vemos simbolizado o real sentido do Natal: O nascimento de Jesus, a humildade de Cristo, o nascimento virginal. Está tudo ali, pronto para nossas crianças aprenderem. Mais em cada dez casas e igrejas encontramos dez arvores de natal para cada dois presépios. 

Fomos negligentes quanto verdade! Somos irresponsáveis quando promovemos incansáveis amigos x em nossas igrejas esquecendo-se que muitos de nossa membresia não poderão participar, logo, ficam fora do convívio e desligado da comunhão. São excluídos, do único lugar que neste período poderia aceita-los sem roupas novas ou presentes. Poderíamos continuar citando erros que passam quase despercebidos como os desfiles de roupas novas no culto de Natal, as plumas e brilhos das cantatas natalinas que apenas excluem os que não podem fazer o mesmo quase remontando algo ocorrido muito próximo do nascimento de Jesus, quando Maria ouvia os sonoros: “não há lugar” (Lc 2.7), parece que em nossas igrejas também não há vagas para os descamisados ou humildes do natal. 

Será que, sem percebermos, estamos sendo apenas brinquedos na mão da mídia, comércio e consumo, esta “trindade do mal” que desvirtua por trás de mensagem de felicidade, o real sentido de Natal?

 Oremos!



Pr. H. Romero

Imagem Google